segunda-feira, 9 de março de 2009

sexta-feira, 6 de março de 2009

Ventania

Como tantos tornados antes da tecnologia metereológica, este veio sem aviso. Ao grande estilo de antes (até com a sensibilidade de algumas pessoas que sentem furacões ao observar o comportamento do céu e algumas tênues variações da atmosfera) e sem nenhuma expectativa ou preparação antes pensada.

A vinda foi bonita. Rápida, ventosa, exuberante e confusa, como são tantas outras. Mas essa tinha sido especial. É sabido por toda a gente que os ventos trazem coisas novas a todos os lugares, coisas que desordenam o que antes se mantinha muito retinto e estabelece uma nova ordem que leva certo tempo pra se estabilizar, até outra ventania sem aviso mudar tudo mais uma vez.

Um conhecimento popular que deveria ser levado em consideração por todos é o de desconfiar dos seus sentidos e creditar ao coração confiança sem medo. Digo isto porque o fiz, e quando a nova ordem que o furacão deixou após a turbulência fincou, sabia que não haveria vento algum em todo o mundo que desfizesse o enraizado (e nisso de raiz essa nova ordem era por demais entendida).

E como de um trampolim no qual destino não pode ser visto, fui encorajado pelos próprios ventos a me atirar.

A queda é longa, tão longa que nem sequer avistei chão e continuo no ar. Vou sem me preocupar com nada, caindo feito Alice. Cair desse jeito é viver. E eu caio odara, porque vivo odara e é assim que tem que ser. A aterrissagem? Canto e danço que dará!