domingo, 11 de janeiro de 2009
Leve demais
Pela primeiríssima vez em tantos anos, não existi. Foi uma sensação louca: lá estava eu, meio-acordado, meio-dormindo. Vivo, ora pois! Eu raciocinava (ainda que dificilmente). Moribundo, embora não houvesse dor nem nada. E esse nada que me fez pensar se eu estava em outro plano. Flutuei. Mexia os braços e pernas, em vão. Serpenteava desarrumando toda a cama. Era real? Angústia. Voz alguma saía, mas eu gritava para mim mesmo, alto, em silêncio. Ânsia de registrar tudo. Mas se estava inválido?! Quero a mim de volta! Diferente e extravagante experiência, mas prefiro a mim e meus estralos frequentes. Caí da levitação. Estrondo. Registrar! Ao lado do travesseiro, papel e findoso lápis. Sentei-me e, como animal faminto que vê presa fácil, devorei a dupla de utensílios. Tinha pressa. O fiz. Satisfiz-me. E fui almoçar.
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